sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Para quem serão as Orelhas de Burro?...


Comentário à entrevista dada por FAUSTINO SANTOS, no passado Domingo, ao Programa ARESTAS DE VENTO)
“ A Junta de Freguesia de Marateca não tem dinheiro, por isso não vou a nenhum lado, não vou agora à Madeira, para não estar a comer à conta...” – mais coisa menos coisa, foi esta a exclamação proferida pelo Ex Presidente Faustino Santos aos microfones da rádio, no programa Arestas de Vento, no passado domingo, dia e que, de alguma forma, veio dar o mote à conversa, preparando o auditório para o que a seguir se iria desenrolar…
Surpreendente a simplicidade e inteligência do entrevistado, comentando, dando testemunho ou levantando questões críticas, algumas delas bem sensíveis e que certamente lhe vieram trazer mais uns gramas de “inimigos de estimação”. (Também não se pode ter tudo, não é verdade, Sr. Ex Presidente?)

Foi uma entrevista definida pelo seu próprio conteúdo, onde o ex Presidente Faustino Santos manifestou de forma livre e sem cassetes ou inibições partidárias, o seu direito de cidadão, na prática sem lugares comuns ou lágrimas de crocodilo, assumindo-se corajosamente como agente do poder popular, votado democraticamente.
A sua consciência cívica, as suas preocupações e envolvimentos, o profundo conhecimento da sua freguesia e populações, a obra feita, que contribuíram garantidamente para as suas vitórias eleitorais, das quais o Partido Socialista tem participado e usufruído… Foi bonito o entrevistado não ter rejeitado estes compromissos políticos e não se ter aferrado a dogmas, partidarites, doutrinas, certezas de piaçaba ou vaidades envernizadas.
Da entrevista, deve salientar-se o forte contributo pessoal dado para que as questões locais sejam tidas em conta por quem detém o poder, premissa para o contributo para uma mudança social que se quer forte e consistente.
Mas deixou no ar uma nuvem formada por uma intricada rede de favorecimentos político/partidários que, segundo o entrevistado, na prática são inibidores e promovem rupturas, tornando instáveis ou anulando algumas iniciativas de carácter popular…
Não resta a menor dúvida de que o aprendizado das juntas de freguesia, amadurece a consciência do poder, fortalece aos bem intencionados o sentido de debate, da reflexão crítica e do entendimento do que se pode fazer para avançar ou corrigir, conseguindo mobilizar os cidadãos. Foi o caso. É o caso!
A finalizar a entrevista foi feito um pedido ao Ex Presidente da Junta de Freguesia de Marateca: veja lá se descobre onde a sua professora primária guardou as orelhas de burro. Vá buscá-las porque, na Câmara de Palmela, (e de Setúbal…) há muita boa gente a precisar delas!...
A quem se quereria referir o entrevistador nós não sabemos mas imaginamos…

PPP