sexta-feira, 7 de maio de 2010

A malta de esquerda.




A malta de esquerda anda na luta. É vê-los nos blogues a martelarem com convicção feroz o teclado do computador, sempre prontos a pôr na ordem os rebeldes de direita. É urgente batalhar contra os bafientos dos contra-revolucionários, avessos à modernidade, e que teimam em reiterar os mesmos princípios e valores há mais de dois mil anos.
A malta de esquerda não acredita no casamento (deseja-o hipocritamente, apenas para os homossexuais) pois é uma instituição obsoleta, preferindo os afectos, e a volatilidade do desejo; ora estou contigo, ora acordo com outro (a) ao lado.
A malta de esquerda é porreira pois colige as frustrações individuais de vidas muitas vezes vazias e perdidas e dirige essa revolta para a luta. Todos são incitados a gritar alto, a povoar os meios de comunicação social, através das redacções ou das colunas de opinião dos jornais, por forma a espalhar a
mensagem da esquerda. Tudo funciona como uma colónia de bactérias que se multiplica, invadindo o hospedeiro até dominá-lo pela submissão.
A malta de esquerda não discorda entre si, criando assim uma espécie de irmandade. Se, porventura, houver alguém que fuja do redil do pensamento único é de imediato admoestado, criando-se no insurrecto um sentimento de culpa de traição.
Mas a malta de esquerda fala sempre de liberdade ainda que não a tolere dentro das sua própria estrutura. Para tal, evoca uma argumentação militarista primária de que todos têm que estar unidos na luta contra o inimigo. E, sub-repticiamente, silencia-se pelo medo os dissidentes.
A malta de esquerda anda na luta, mas o inimigo são eles próprios.