segunda-feira, 29 de março de 2010

O poder local em Palmela

O poder local na Fregesia de Palmela está longe de garantir a defesa dos interesses dos munícipes. Em Palmela, no seio desta autarquia assiste-se a jogos de poder e de interesses que prejudicam a razão perante a qual os representantes do povo a nível local foram eleitos. A autarquia está mais distante dos cidadãos que da própria administração central. O funcionamento desta autarquia revela-nos um mundo altamente deturpado em que a corrupção reina ao sabor de interesses pouco transparentes. Como é possível que pessoas altamente ameaçadoras do regime democrático continuem à frente desta autarquia. Pessoas, que à boa maneira de Al Capone, são constantemente acusadas de falta de transparência, e com possiveis processos em tribunal, jogos mesquinhos de poder, entre outros. No entanto, eles lá continuam impávidos e serenos no comando desta autarquia. E mais grave ainda, é verificar a forma como os cidadãos defendem cegamente estas individualidades. Quase parecem cultos religiosos em que o líder apela a fanatismos que transcedem a realidade humana. Todos nós sabemos da importância que representa o poder local como primeira instancia na defesa e garantia dos direitos e interesses dos cidadãos. Para que esta premissa se mantenha é necessário que o estado português adopte mecanismos que permita fiscalizar o funcionamento em tempo real destas autarquias. Por outro lado é necessário limitar os mandatos a nível de Freguesia, apostar na qualificação e na excelência do funcionamento da freguesia, é preciso apostar em politicas sustentáveis assentes nas reais prioridades da freguesia, acabar com o sistema de patrocinato que a autarquia promove no seu interior, enfim, garantir a defesa do comum interesse dos cidadãos e não somente daqueles que se encontram à frente da autarquia. Por exemplo no Algarve, uma realidade que conheço por proximidade, é notório o mau funcionamento das freguesias e de tal modo grave esse funcionamento, que aumentou, e de que maneira, o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. No Algarve os locais luxuosos (Hoteis, Campos de Golfe, Aldeamentos Turisticos, Festas do Jet 7, etc), procurados por turistas de vanguarda, multiplicam-se no meio das bolsas de pobreza, à semelhança do que acontece na América Latina. As autarquias preferem criar infraestruturas para agradar a turistas de vanguarda, ao invés de criarem politicas assentes em prioridades como a luta contra a pobreza, a exclusão social, a habitação social, melhoria pelas condições de vida dos Palmelões, pela qualidade do ensino e aqui destaca-se a falta de universidades, promoção do empreendedorismo, promover a criação de emprego anual e não sazonal, etc. Enfim uma série de prioridades que as autarquias preferem ocultar para continuarem a apostar em infraestruturas de lazer para os turistas de vanguarda.
Em suma, como alguém disse e muito bem, há que impedir que os Gangsters acedam ao poder local e limitar o modo de actuação dos lá estão. Temos que combater os jogos de interesse que se verificam no interior da autarquia e que prejudicam o desenvolvimento regional. Há que tomar decisões equilibradas. O equilibrio é a medida certa. O desenvolvimento regional não se constrói com politicas de casino. Passamos a imagem para os que vêm de fora que somos um povo com grande carisma e habitos civilizacionais avançados. Isto é na realidade uma mascara, pois como é possivel evidenciar tamanha qualidade se na realidade somos demasiado maus, com politicas de massacre e repressão, para os que reivindicam por direito próprio este território como patria? O desenvolvimento regional assente na sustentabilidade constrói-se com a correcta gestão das prioridades das pessoas.