A classe política portuguesa incluindo a da nossa região que não é excepção criou um sistema bruto de troca de favores que atrofia a democracia e que pretende e mantém o eleitor como cúmplice.
As classes mais baixas, ficam deste modo reféns deste sistema presidentes e vereadores e técnicos, que negociam no varejo dos cargos as vantagens financeiras regulares (baptizada no Brasil de mensalão, mas que nas nossas autarquias poderia muito bem ter o apelido de mensalinho).
O sistema implantado gera, por um lado, políticos arrogantes e prepotentes, por outro, políticos submissos e paus-mandados. Todos viciados nas grandes e pequenas mordomias que o poder proporciona, financiados por grandes e pequenas interesses.
A maioria dos eleitores só entra no jogo como massa de manobra ou então como cúmplice do sistema. Seja com a ilusão de mudança, seja vendendo o voto por uma mísera promessa que nunca chega a ser cumprida.
A situação mais incomoda que um qualquer politico tem é sempre a prestação de contas. Afinal, ninguém inclui nas notas fiscais e recibos a finalidade real do dinheiro usado. Seja o político, presidente, vereador ou candidato.
Quanto ao esforço dos que não concordam com o sistema, bem... esses terão que ser eliminados do esquema montado.
Quando o político vem de uma classe menos favorecida, ao chegar ao poder ele perde rápidamente essa identidade e passa a ver o mundo de onde veio de cima do seu mandato.
E com isso, passa a representar não o povo que o elegeu mas os seus próprios interesses. A natureza humana é assim.
Viva o 5 de Outubro de 2010
