segunda-feira, 30 de agosto de 2010

“Flexibilização”.



Portugal encontra-se em plena marcha de Modernidade em direcção ao séc. XIX e isso poderia ser assustador se alguém notasse.

Aprendemos com alguma “esquerda” que não devemos esperar “presentes” de qualquer espécie por parte do “Capital”.

Este apenas funciona segundo a sua própria lógica de sobrevivência; tem como única moral o lucro; e transforma a sua esfera de acção em algo semelhante a uma “selva” onde os animais mais cruéis são mais cruéis do que os animais da selva real.

Invocando a CRISE que ele próprio gerou por incapacidade própria, gula financeira e ambição desmedida, ei-lo a retomar as rédeas do TRABALHO reconquistando de uma vez só, tudo o que perdera durante dois séculos de progressos sociais, sindicais e político-económicos.

A ameaça real do desemprego retirou toda a força a quem trabalha e deu-a a quem emprega.

Já não há protesto audível ou levado a sério.

Já não há DIREITO inalienável.

A “flexibilização” do emprego apenas significa maior dependência de quem trabalha em relação a quem emprega. Ser empregador passa a significar deter um poder extraordinário com que se decide quem (e que famílias) sobrevivem rasando o limiar da POBREZA mas abaixo do nível da DIGNIDADE.

Se for proposto e votado será um voto contra os mais fracos e os mais fracos neste nosso país somos aqueles que trabalhamos.

Os mais fracos são a grande maioria dos portugueses que ainda não entendeu ser forte por ter a inteligência fraca, a participação preguiçosa, a consciência social demasiado vaidosa e a mania de falar sem saber e ouvir sem entender pensando que entende.