quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Exploração do Trabalho na China Aumenta o Desemprego em Portugal...

Perto da cidade chinesa de Shenzen, junto ao Rio das Pérolas, não muito longe de Cantão, existe uma outra cidade com mais de meio milhão de trabalhadores, a fábrica Foxconn, a maior de todas as fábricas que alguma vez existiu como unidade homogénea no Mundo.

Dessa cidade saem grande parte dos telemóveis Nokia e das mais diversas marcas, bem como os iPods, computadores Dell, portáteis de todas as marcas, ratos, teclados e centenas de milhares de componentes de computadores e material eléctrico.

As condições de trabalho são tão tenebrosas que anualmente se registam muitas centenas de suicídios. A empresa rodeou de altas grades os terraços e telhados para evitar que algum trabalhador se lance daí e todos têm de assinar uma declaração de que não se vão suicidar, a mais curiosa das declarações contratuais que se conhece no Mundo desde sempre.

Recentemente, a administração dessa fábrica do capitalismo comunista mais selvagem que há resolveu aumentar os salários dos trabalhadores em 100%. Que imensa generosidade?

Para conseguir esse aumento, os trabalhadores são sujeitos a uma prova de trabalho de três meses com mais de 100 horas extraordinárias mensais. Uma vez conseguida essa prova de trabalho quantitativo e qualitativo passam a receber o dobro do salário, mas na condição de manterem o imenso ritmo de trabalho, podendo o aumento ser retirado ou reduzido a qualquer momento.

O facto tem levado muitos trabalhadores à morte por esgotamento total ou suicídio.

Os trabalhadores são proibidos de falarem uns com os outros durante o trabalho e vivem geralmente em pequenos cubículos para oito trabalhadores de diferentes turnos, pelo que nem se conhecem. Até o uso de telefones portáteis chegou a ser proibido, mas, entretanto, levantado para os operários com mais de um ano de casa.

Alguns sindicalistas ilegais chineses afirmam que nessa fábrica, os trabalhadores produzem mais valias de 95%, isto é, segundo a concepção marxista, 5% do seu trabalho é para si e 95% para os patrões.

Esta empresa introduziu no Mundo a exportação em larga escala dos computadores desktop completos, levando a portuguesa “City Desk” à falência que pagava salários que chegavam a 200 vezes mais que os chineses, considerando a enorme produtividade esclavagista do trabalhador chinês. Praticamente todos os fabricantes/montadores de computadores da Europa faliram como a “City Desk” pois pagavam salários ainda mais altos.

A exploração do trabalho é tal que permite aos proprietários originários de Taiwan serem dos mais ricos industriais do Mundo e, ao mesmo tempo, proporcionar gigantescos lucros aos diversos clientes que mandam lá fazer os seus produtos e vendê-los a nós todos a preços relativamente baixos.

Por isso compramos tanto material informático cada vez mais barato, mas, por enquanto, pois, uma vez desaparecida toda a indústria de material informático fora da China, os seus preços aumentarão certamente.

É evidente que são fábricas deste tipo que matam a indústria portuguesa e criam o desemprego. Não há política de nenhum governo português que possa evitar isso, a não ser esperar por 2014, ano em que as decisões na União Europeia serão tomadas por maioria e a Alemanha perderá o seu monopólio de poder proporcionado pelas decisões por consenso. A partir daquele ano, os pequenos e médios países juntos poderão impor elevados direitos aduaneiros aos produtos chineses de modo a financiar os desempregados europeus, quase a atingir os 30 milhões, e a reduzir o desemprego, permitindo o trabalho europeu, naturalmente mais caro.

Os produtos serão mais caros, mas não podemos ter salários razoáveis sem os pagar. Não podemos receber sem dar o equivalente em troca. Só estúpidos de alguns Políticos é que pensam que Portugal pode inventar produtos fantásticos e únicos no Mundo capazes de nos proporcionar elevados rendimentos com a sua exportação. Os analfabetos como o PCP e o Bloco Esquerda não percebem que temos os produtos chineses baratos, mas pagamos um diferencial através dos nossos impostos para o mais de meio milhão de desempregados portugueses, sucedendo o mesmo em Espanha com mais de 20% de desemprego e com os restantes países europeus.

O que a Politica Esquerda Radical (PCP, BE) têm a dizer sobre esta situação?


A.P.U.