
Segundo num jornal Nacional algum tempo atrás, o Secretário-Geral do PCP terá afirmado, durante num comício, que o novo Código do Trabalho “é um ataque aos direitos históricos dos trabalhadores, que vai ter consequências no aumento do desemprego e na precaridade”. Mais considerou, ainda, que as medidas de combate ao trabalho precário anunciadas por José Sócrates eram “um completo embuste”.
Conhecendo o que se está a passar na Câmara Municipal de Palmela e na Junta Freguesia de Palmela a nível do trabalho precário (como por aqui foi denunciado), é caso para dizer: bendita demagogia! E louve-se o à vontade para mentir de forma tão descarada.
Ou será que a CDU de Palmela age segundo outros princípios que não os defendidos pelo PCP?
Já sei... provavelmente trata-se de uma “crise de ciúmes”. E porquê?
Tão simples como isto: tendo presente alguns casos que proliferam na CMP e na JFP, a exercer funções há dez anos, culpar o novo Código do Trabalho pelo aumento da precaridade é, de facto, risível (embora o assunto seja mais para chorar do que rir).
Assim como classificar de logro as medidas deste Governo que visam combater o trabalho precário é, apenas, uma prova de coerência do PCP.
Tudo indica que o Secretário-geral do PCP saberá, de facto, qual é a prática autárquica do seu partido em matéria de gestão de recursos humanos (como o cargo de secretário geral assim o exigirá) e conhecerá (ou outros por ele) a forma expedita de contornar as regras de contratação de pessoal... se o PCP em Palmela o sabia na vigência da legislação anterior, também saberá como “furar o esquema” na actual lei.
Daí o Secretario - Geral do PCP afirmar, com propriedade, claro!, que as novas regras são um embuste. Evidentemente...
Ora, explicada a situação, é óbvio que o PCP não está a achar piada a que venham agora outros invadir um espaço que é seu... precários é com o PCP. Só o PCP os defende com o vigor suficiente para que continuem a existir, em particular nas autarquias por si geridas (atente-se, repetindo, no caso da Câmara e da Junta Freguesia de Palmela - serão exemplos únicos?). Se eles tiverem tendência para diminuir, como é possível, depois, continuar a defendê-los?
Ataque aos direitos dos trabalhadores? E o que chamar àquilo que o PCP tem vindo a fazer na CMP e na Junta Freguesia de Palmela?
Para o PCP, o 1.º Ministro só sabe dizer que “a culpa é sempre dos outros”, mas perguntamos: e para o PCP, a culpa é de quem? Bem, se calhar estamos a ser injustos, e como se trata de uma coligação, é capaz de ser o partido Ecologista "Os Verdes" o grande culpado pelo que se passam nestes concelhos da margem sul.
Na Câmara Municipal de Palmela e na Junta de Freguesia de Palmela de quem são afinal, as responsabilidades de não respeitar os direitos dos trabalhadores? É do Governo?
Possivelmente, foram uns infiltrados do executivo governamental que hipnotizaram os dirigentes da CMP e da JFP e os obrigaram a infrigir a lei ou, então, de Código Penal em punho obrigaram-nos a não ter os seus direitos apenas para gáudio futuro de um qualquer outro Governo criar uma lei penalizadora e satisfazer o prazer oculto de os ver a todos na rua (aos precários, já se está mesmo a ver).
Ou seja, quando PCP acusa o PS de desresponsabilização hipócrita, está a ver no espelho o reflexo multifacetado em certas Autarquias de Palmela... cujos autarcas da CDU, todavia, nunca se esquecem, em público, de usar a conveniente máscara da demagogia para esconder a verdadeira identidade de um partido que prega uma doutrina e pratica o seu inverso.