
Bem, essa conversa sobre preconceito não explica o alongamento dos termos politicamente correctos. Essas expressões são mais longas por dois motivos: primeiro porque a maioria das palavras que está na boca do povo tem conotação pejorativo e, isso obriga os politicamente correctos a usarem expressões compostas inéditas em vez das palavras curtas consagradas. O segundo fenómeno é a atenuação do impacto que se obtém usando um conjunto de palavras em vez de uma palavra curta e simples. Palavras curtas têm densidade alta enquanto que expressões longas diluem o impacto que a mensagem causa no receptor. É a velha técnica de fazer rodeios para dar notícias ruins. Como poderíamos chamá-la? Que tal processo de despreconceitualização das mensagens histórico ideologicamente conotadas?
Que tal processo de chantagem e domesticação a fim de controlar o pensamento e moldar a visão de realidades, alienando-se a compreensão do mundo e esvaziando-se o sentido da linguagem?
A palavra preconceito foi sumariamente apropriada para desmerecer qualquer ideia que seja oposta a desmandos ideológicos, criando-se rótulos sem nexo descontextualizados e invertendo-se a sua semântica. No linguajar politicamente correto, há uma discrepância louca em controlar as palavras, enquanto os actos destoam de toda benevolência que essa gentalha que por ai anda promete para dar nas vistas e domá-los para seu o seu fim.
Perante o politicamente correcto como podemos classificar os autarcas da Junta de freguesia de Palmela?
Serão... não, são bem mais que isso...
S.L.N.